Possivelmente Samuel escreveu ou compilou o livro de Juízes, contudo, a história reflete a perspectiva de uma época muito posterior, após a conquista das tribos do norte de Israel pela Assíria por volta de 721 a.C. (Jz 18:30). Essa perspectiva leva a crer que o autor viveu muito depois da época de Samuel.
O termo “Juízes” refere-se aos líderes das tribos de Israel que foram escolhidos por Deus ou pelo povo para libertar os israelitas de seus inimigos. Eles eram mais semelhantes a líderes militares do que a verdadeiros juízes que lidavam com as questões da Lei. Eles eram os governantes, que presidiram os interesses dos israelitas, durante o intervalo entre a morte de Josué e a ascensão de Saul (Jz 2:18), em um período de anarquia geral e de confusão.
Este ofício de juiz não era hereditário e nem se podia indicar seus sucessores. A autoridade conferida a eles era limitada apenas pela lei, e, em casos duvidosos, eles eram orientados a consultar a Deus através do sacerdote por Urim e Tumim (Nm 27:21). Eles tinham autoridade apenas sobre as tribos pelas quais haviam sido eleitos ou reconhecidos e não recebiam salário vinculado ao seu cargo.
Doze homens e mulheres, que libertam Israel de seus opressores são narrados neste livro. Eles não eram perfeitos, mas foram submissas a Deus, que, por sua vez, usou cada um deles. Dentre estes 12 juízes, o Senhor chamou, Débora, que liberta Israel da opressão dos cananeus, e Gideão, que destrói o altar de Baal e liberta Israel dos midianitas. E também, Sansão, que luta contra os filisteus, mas é capturado como resultado de suas escolhas erradas.
No livro, há relatos de idolatria e transgressão das leis e apresenta histórias trágicas com muitos elementos repugnantes, mostrando o envolvimento dos israelitas com a iniquidade. Narra também a mão do Senhor ajudando Israel, mesmo o povo estando espiritualmente fraco na maior parte daquele período.
O propósito do livro é mostrar que o julgamento de Deus contra a transgressão é real e que seu perdão pelo pecado e a restauração do relacionamento são certos para os que se arrependem. Três acontecimentos importantes são vistos neste livro: o fracasso do povo que desobedeceu ao Senhor, a persistência e o amor de Deus em socorrê-los e um novo tipo de governo através dos juízes.
Os capítulos iniciais do livro narram a tentativa de conquistas das terras e a total desobediência do povo às leis do Senhor, ocasionando em sucessivas derrotas. Em seguida, estabelecem-se juízes para libertar os israelitas e é narrado sobre os feitos de alguns deles: o primeiro juiz foi Otniel, depois Eude e Sangar, Débora e Baraque, Gideão, Tola e Jair, Jefté, Ibsã, Elom e Abdom, e, por último, Sansão.
No final do livro, é apresentado o fracasso moral de Israel: a idolatria na tribo de Dã e a Guerra contra a tribo de Benjamim. Apesar dos esforços dos juízes, muitos dos israelitas não se voltaram para Deus.
Otniel, Eude, Débora, Gideão, Abimeleque, Jefté, Sansão e Dalila.
Todos os acontecimentos ao longo dos anos expressam os juízos para aqueles que abandonam o Deus verdadeiro e se deixam conduzir pelos seus próprios pensamentos, porém, no meio de toda a desordem instaurada em Israel, havia famílias, pessoas e servos desejosos de servir ao Senhor, e de fato o serviam. Do meio destes, Deus levantou valentes e os usou como juízes que mantinham ordem e adoração ao Senhor enquanto viviam.
Como hoje, em um mundo desobediente e corrompido, Deus tem escolhido servos e servas dispostos a fazer a obra do Senhor. Mesmo diante de nossas fraquezas, temos sido conduzidos e governados pelo Espírito Santo.
O livro de Juízes cobre um período de 325 anos e registra seis períodos sucessivos de opressão e libertação dos israelitas;
O livro dos Juízes descreve um ciclo que se repetiu inúmeras vezes durante o reinado dos juízes. Como os israelitas não conseguiram acabar com as influências iníquas da terra prometida, envolveram-se em pecados e foram conquistados e afligidos por seus adversários. Após os israelitas clamarem ao Senhor pedindo ajuda, Ele enviou juízes para libertá-los de seus inimigos. No entanto, os israelitas logo voltaram a pecar, e esse ciclo se repetiu. (Ver Juízes 2:11–19);
O anúncio para a mãe de Sansão de que ela teria um filho para liderar Israel é um prenúncio do anúncio à Maria sobre o nascimento do Messias. Deus enviou o Seu anjo a ambas mulheres e lhes disse: “Eis que tu conceberás e darás à luz um filho” (Juízes 13:7, Lucas 1:31) que conduziria o povo de Deus.
A leitura bíblica sequencial segue a ordem dos livros, oferecendo uma jornada linear e progressiva pela Bíblia, permitindo uma compreensão da mensagem em sua organização tradicional. A leitura sequencial segue a ordem dos livros tal como estão organizados na Bíblia, do Gênesis ao Apocalipse. É uma maneira direta e linear de percorrer as Escrituras, permitindo uma compreensão da história e dos ensinamentos de forma progressiva, do começo ao fim.
Já a leitura cronológica explora os eventos na ordem histórica, possibilitando uma visão contextual dos acontecimentos, mesmo que isso envolva ler passagens de diferentes livros simultaneamente. Ambas as abordagens oferecem percepções únicas para entender a mensagem e a história da Bíblia. Busca explorar a Bíblia na ordem dos eventos históricos ou cronológicos. Isso significa que você pode ler passagens de diferentes livros simultaneamente, desde que estejam contextualmente alinhadas temporalmente.