A obediência é a ênfase que o Espírito Santo dá, em todo o tempo, ao servo que deseja agradar ao Senhor. Conforme lemos no capítulo 31 de Êxodo, o Senhor escolheu homens no meio de todo aquele grande povo para realizar a construção do tabernáculo, mas era preciso fazê-lo da forma que Ele havia mostrado para Moisés no monte. O texto de Êxodo 39:43 diz que eles fizeram como o Senhor queria, por isso Moisés os abençoou. No Velho Testamento os homens obedeciam para alcançarem a fé, a comunhão, a bênção. Já no Novo Testamento, é preciso ter fé para obedecer. A fé salvadora, a fé profética, a fé que vem da Eternidade e alcança o homem. Não a fé que emerge do homem. Mas a fé não é de todos (2 Tess 3:2b).
O Senhor procura aquele a quem deseja dar essa fé. Ele disse: “Achei a Davi, filho de Jessé, homem conforme o meu coração, que executará toda a minha vontade” (At 13:22). Fazer toda a vontade do Senhor é fazer sua vontade a cada dia. Todos os dias o homem escolhe se vai fazer a vontade do Senhor ou não. Exercendo assim o seu livre arbítrio. Fazer a obra de Deus em parte não interessa. Saul fez parte e quis agradar com sacrifícios, mas 0 Senhor não aceitou: “... o obedecer é melhor do que sacrificar...” (1 Sam 15:23). A recompensa de ter construído o tabernáculo como o Senhor ordenara, era Ele se manifestar naquele lugar e falar com o homem. O tabernáculo era o lugar da reconciliação do pecador com Deus, através do sangue do sacrifício. Era o lugar da misericórdia e perdão. Viver a Obra de Deus em nossa vida e fazer tudo de acordo com a vontade dele é que vai nos levar a vitória. A recompensa do servo que obedece ao Senhor é poder entrar um dia no Santo dos Santos (Eternidade)
Esse estatuto descrito no texto de Êxodo 21:2-6 era direcionado àquele que comprava um servo. Havia várias formas de se adquirir um servo: pelas guerras, pela compra, por ocasião do casamento, dentre outras. Essa palavra aqui, contudo, diz respeito a um servo hebreu, comprado por outro hebreu. Sobre esse havia uma regulamentação especial. Era comum um hebreu ficar endividado de tal forma que não conseguia saldar suas dívidas, então um parente próximo podia remir (pagar) sua dívida. Em contrapartida o devedor tornava-se seu servo por seis anos, mas ao sétimo era alforriado. Esse texto é uma profecia que apontava para as nossas vidas, uma vez que todo homem se encontrava debaixo de uma dívida que não podia pagar. Ele contraiu quando pecou e o preço era morrer. O preço do pecado é a morte (Dt 21:22; Rm 5:12 e 6:23). Um parente próximo pagou nossa dívida. O parente próximo é Jesus (Lv 25:25 e I Co 6:20).
A igreja existe há aproximadamente dois mil anos e o tempo de vida do homem, desde a criação, são de aproximadamente seis mil anos. A história da igreja é dividida em sete tempos proféticos, descritos nas sete cartas de João, no livro de Apocalipse. Estamos vivendo o último período, assim como a humanidade vive o final do sexto milênio ou o início do sétimo. Seis anos servirá pelo resgate, mas no sétimo ano o servo tem o direito de escolher se quer sair livre ou continuar com seu senhor. Vivemos um período de definição. É hora de cada servo escolher se quer ou não continuar na casa do seu Senhor, do seu Remidor e Salvador. Se o servo serviu até aqui por obrigação, por imposição, porque não tinha escolha, chegou o momento de decidir. Quem quiser ir embora, pode ir, mas a esposa que o Senhor deu vai ficar com Ele: a igreja do Senhor não vai acompanhar o que sai. Os filhos que nasceram durante a servidão também ficarão: os frutos do Espírito Santo pertencem ao corpo, não ao crente. Eles também ficarão com o Senhor. Mas aquele que diz: “Eu amo a meu Senhor (Jesus), minha esposa (igreja) e meus filhos (Espírito Santo), não quero sair forro” (verso 5). A esse seu Senhor o fará chegar ao umbral da porta, e seu senhor lhe furará a orelha com uma sovela, e ele o servirá para sempre (verso 6).
O servo que escolhia permanecer com seu senhor, por amá-lo, podia fazê-lo. Ele era marcado: o sinal representava que ele era uma pessoa que teve o direito de escolher ser livre, mas escolheu continuar servo para sempre de seu senhor. Cada servo está no momento de sua escolha porque vivemos o último momento da igreja no mundo. Aquele que ama ao Senhor vai escolher ficar. O que não ama, deseja ansiosamente a liberdade para uma vida sem Deus, para viver os costumes e modismos dessa vida terrena, e não sabes que é miserável (I Cor 15:19). Estamos na presença do Senhor com marcas em nossas orelhas, ou seja, estamos na presença do Senhor para ouvir a sua orientação, sua voz, seu desejo, e servi-lo em gratidão e não como achamos ou pensamos (Rm 10:17). O ouvido está no corpo e é um dos órgãos do sentido. O que ouvimos que nos edifica é aquilo que vem do Corpo (igreja) pela direção da Cabeça (que é Cristo), e que dá sentido a nossa vida. E Cristo em nós, é esperança da Glória (Col 1:27). Todos os que escolhem permanecer servindo, por amor, por gratidão, esses são marcados e permanecerão com o Senhor para sempre na sua eternidade. “Muitas são, Senhor meu Deus, as maravilhas que tens operado para conosco, e os teus pensamentos não se podem contar diante de ti, eu quisera anunciá-los e manifestá-los, mas são mais do que se podem contar” (Sl 40:5). Que darei eu ao Senhor por todos esses benefícios? (Sl 116:12) “Sacrifício e oferta não quiseste; as minhas orelhas furaste” (Sl 40:6a).