Deus escolheu Moisés para ser usado para tirar o povo da escravidão do Egito e levá-los a terra prometida. Para isso, Deus apareceu a Moisés na experiência da sarça, falou com ele e deu as orientações. Deus tem dado ao homem a oportunidade para a realização do seu projeto. No entanto, é necessário que esse homem seja sensível à voz do Senhor; “Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas” (Apocalipse 3:13) e esteja disposto a obedecê-lo. Deus chamou a Moisés pelo nome, referenciando o projeto da Trindade: Sou o Deus de seus pais (Abraão, Isaque, Jacó).
O Senhor preparou Israel para tirá-los do Egito e levá-los à terra prometida, e agora o Senhor prepara um povo, a igreja para saída deste mundo e entrada na terra prometida, a eternidade. Entre a escravidão e a liberdade havia uma grande dificuldade que era o Egito e Faraó. O povo precisava estar preparado, tendo experiências profundas com Deus. Então, o Senhor enviou Moisés e operou os sinais diante de Faraó. O povo viu a operação do Senhor. O povo já tinha a profecia de José: “... certamente vos visitará Deus e fareis transportar os meus ossos daqui ...” (Ex. 13:19). O Senhor enviou as dez pragas para conscientizar o povo de que Ele estava presente; de que Ele lutava pelo povo de Israel e não o povo que lutava por Deus. O grande sinal para a saída foi o sangue nas vergas das portas (Clamor) e luz nas casas (revelação). Assim também hoje, o mundo está em trevas, mas a igreja fiel está na luz da revelação porque alcançou o entendimento doutrinário do clamor pelo sangue de Jesus. Como houve os sinais no Egito, a Igreja está sendo conscientizada pela multiplicação das operações de maravilhas (curas, libertações, dons, sinais) que é a Obra do Espírito Santo, que o Senhor está realizando. A igreja tem todos os recursos para a saída desse mundo. A igreja é combatida porque o mundo com seus recursos quer impedir a igreja de subir. Mas a revelação do Senhor foi “EU SOU”, que é a determinação do servo diante do mundo. É uma palavra segura, revelada e de experiência.
José foi vendido pelos seus irmãos e foi levado para o Egito. Ele foi dado como morto por seu pai Jacó e seus irmãos, entretanto ele se tornou rei do Egito. Houve uma grande fome em toda a terra, mas havia fartura no Egito porque José tinha abastecido o país de trigo, de tudo que era necessário. A fome chegou à casa de Jacó, lá em Israel. Os irmãos se reencontraram. José manda chamar o pai e toda a sua família para viverem no Egito. Jacó morre. José morre e o povo passa a ser escravizado pelos egípcios e ficam lá por 430 anos. Ao fim deste tempo, Deus usou Moisés para levar o seu povo de volta à terra de Israel. Agora não era mais uma família, mas era uma multidão. Deus estabelece uma aliança, um pacto com aquele povo, dizendo que se ele andasse na sua presença, Ele seria o seu Deus. Era o Velho Testamento. A saída do povo de Israel do Egito foi precedida de muitos sinais. Assim como Israel, a igreja fiel está de partida deste mundo que está escravizando o ser humano. Da mesma forma que o Senhor ouviu o clamor dos israelitas, ele também está ouvindo a súplica da igreja fiel (Mt. 24:22 e Rom. 9:28). Como a saída da terra do Egito foi precedida por sinais, nesse momento da partida da igreja, o Senhor também está operando seus sinais para a igreja estar pronta para o arrebatamento.
A primeira praga (Êxodo 7:19-22). As águas tornam-se sangue.
Em toda a terra do Egito as águas tornaram-se sangue de modo a impedir que o povo bebesse água, forçando-os assim a cavar poços em busca de água potável. Um dos grandes fundamentos da obra do Espírito Santo e que é recurso para a igreja chegar na eternidade é o clamor pelo sangue de Jesus. Aquela praga atingiu a todos, quer israelita, quer egípcios. Jesus morreu como sinal de Salvação para todo o Mundo, não há distinção de pessoas, a salvação é para todos. Aquele que tem crido e vivido em Jesus tem alcançado vida eterna, porém aquele que não crê já está condenado (Jo 3:16-18).
Segunda praga: A praga das rãs (Êxodo 8:3-7).
O que mais se destaca na rã é o tamanho da sua boca, e elas invadiram os lares de todos. Então essa praga nos fala dos conselhos, dos ensinamentos que esse mundo tem trazido para dentro dos lares, na intimidade das famílias. Esses conselhos estão em todos os locais, nas escolas, nos vizinhos, nas nossas amizades e principalmente nas televisões. Essa praga pode invadir inclusive os lares de servos, pois assim como aquelas rãs, os conselhos do mundo existem em abundância, por isso é necessária uma constante vigilância da nossa parte para não perdermos a bênção da Salvação (Mt 26: 41). Para o servo do Senhor, no entanto, esses conselhos não servem, pois conduzem para a morte. Bom é o conselho do Espírito, a orientação do Senhor.
Terceira praga. A praga dos piolhos (Êxodo 8: 16-19).
No ser humano o piolho ataca a cabeça. Essa praga nos fala então da deterioração da mente humana. O mundo hoje anda conforme a sua vontade, seus próprios pensamentos. A mente humana é corrompida pelo pecado, o ser humano perdeu os seus valores, a consciência do certo e errado. Tudo que ocorre por mais obscuro que seja é encarado com absoluta normalidade. Não podemos ser envolvidos por tudo aquilo que tira o propósito da Salvação de nossas vidas (Jud 10-13). O servo do Senhor precisa ter a mente de Cristo (1 Cor 2:16), uma mentalidade de obra para que assim não se conforme com esse mundo, não assumindo as formas que ele impõe à sociedade. Que tenhamos sempre um entendimento que nos conduza à eternidade, que nos faça conhecer a vontade do Senhor para conosco (Rom 12:2).
Como nota importante, nas três primeiras pragas os magos do Egito também fizeram o mesmo com seus encantamentos. A diferença crucial se dá no fato de que Moisés e Arão usaram sempre uma vara, cajado, para fazer isso. Os sinais que geram resultados na vida do servo de Deus vêm do cajado, da operação do Espírito Santo e não de um sistema social, mundano e religioso. Não há como querer viver na Obra do Espírito Santo envolvido pela imoralidade, idolatria, mentira, e tantas coisas que afastam o ser humano do projeto de Salvação. Na obra do Senhor tudo que é pregado, que é ensinado é feito na direção do Senhor, cajado na mão. Não há ensinos em nosso meio com procedência carnal, invenções humanas, tudo é revelado pelo Senhor através do seu Espírito Santo (1 Cor. 2:10) porque aquilo que é carnal se dissipa logo.
Quarta Praga. A praga das moscas (Êxodo 8: 21-24).
A partir dessa praga Deus diz que fará distinção entre seu povo e do povo de Faraó. Isto nos mostra que quando fazemos uma escolha pelo Senhor, definimos a nossa vida perante ele e seguimos seus ensinamentos, seremos livres de toda a contaminação do mundo leviano que aí está e que é totalmente governado por Faraó (inimigo). Seremos santificados (1 Jo 1:7) e Deus fará diferença entre o que o serve e o que não serve (Mal 3:18). Bem as moscas pousam em qualquer lugar, principalmente em alimentos. Quando elas fazem isso, deixam seus ovos, contaminam o alimento e transmitem doenças. Precisamos saber aonde vamos e com quem vamos, observar bem nossas amizades para não sermos contaminados. O mundo está repleto de moscas, está totalmente contaminado. (1 Cor 6:12, 1 Cor 2:15, Ec 10:1).
Quinta praga. Peste dos animais (Êxodo 9:3-6)
Esta praga atingiu os animais dos egípcios e os matou, porém nada aconteceu aos animais dos judeus. Isso nos mostra que todo esforço, todo trabalho do homem sem Deus é vão (boi, cavalo, jumento são animais úteis no trabalho). O trabalho do ímpio está voltado para as coisas dessa vida, para a glória desse mundo, por isso é um esforço vão para a alma. O servo de Deus, porém, tem a recompensa por seu trabalho na obra do Senhor e tem todo seu sustento mantido.
A sexta praga. A praga da sarna ou úlcera.
São feridas por todo o corpo, que incomodam e inquietam a pessoa infectada. Distante de Deus as pessoas enganam, mentem, vivem uma vida dissoluta, sem temor, doente pela presença do pecado que é evidente e afeta o corpo. Há muitos que não se definem pelo Senhor e estão envolvidos no mundo, tentando disseminar isso para aqueles que não são como eles. Temos que estar atentos a fim de não nos contaminarmos. Na obra de Deus temos um princípio maravilhoso, o qual é a igreja como corpo de cristo. O servo que vive na obra do Espírito Santo não busca seu próprio interesse, mas sim o do corpo, da igreja. Todo trabalho é realizado para o crescimento bem ajustado da igreja. Muitos são pessoas sem paz, aflitas, que buscam algo para se fiar e não conseguem, por isso Deus tem a disposição de todos um projeto de Salvação, que todos que desejam podem fazer parte. Os magos egípcios não podiam parar diante de Moisés por causa da enfermidade que os inquietava (Êx 9:11), como aqueles que estão aflitos e inquietos e não conseguem parar para dar ouvidos à voz de Deus, e à sua revelação. A igreja fiel por sua vez não se encontra inquieta porque sabe que o Senhor pode prover todas as coisas (Fil 4:6, Mt 6:31-34).
A sétima praga: A praga da saraiva (Êxodo 9:19-26).
Antes de enviar essa praga ao Egito o Senhor deu uma oportunidade de livramento aos egípcios. Aqueles que creram receberam o livramento, os que não creram sofreram as consequências de sua incredulidade. Quando a saraiva caiu sobre a terra houve destruição para os que não creram e livramento para os que creram. O Espírito Santo está sendo derramado sobre toda a Terra, e os que estão crendo estão recebendo livramento, estão alcançando vida eterna. Com a presença do Espírito Santo agindo em nós não há falta nenhuma (verso 32). Por outro lado, para aqueles que estão distantes, não podem ser saciados (verso 31). Para os que se abrigaram nas casas não houve morte, porém os que ficaram no campo pereceram. Isso mostra que para quem vive no corpo, na igreja (casa), o derramar do Espírito é vida, mas para os que estão no mundo (campo de interesses dessa vida), são atingidos pelos juízos. Por isto é necessário ficarmos no corpo, nos abrigarmos na igreja, na comunhão com os irmãos.
Oitava praga. A praga dos gafanhotos (Êxodo 10:12-15).
No verso 3 do capítulo 10 de Êxodo o Senhor dá mais uma oportunidade a faraó. Nesse momento em que a igreja está prestes a partir o mundo, muitos estão tendo oportunidade de salvação. Porém, muitos têm agido como faraó, estão endurecendo seus corações, fazendo pouco caso da operação do Senhor sobre a Terra. Os gafanhotos vieram e devoraram tudo que a saraiva deixou, não ficou nenhuma verdura sobre a terra como vemos no verso 15. Verde é vida, o mundo hoje não tem vida, é morto, e o homem não tem a quem recorrer (1 Jo 5:19). Israel não foi atingido por isso, bem como a igreja fiel também não é atingida porque aprendeu a atentar para uma tão grande Salvação que Deus tem para ela (Heb 2:3).
Nona Praga. A Praga das Trevas (Êxodo 10:21-23).
Essa praga nos diz profeticamente sobre a situação do mundo atual, totalmente coberto por densas trevas. As pessoas estão perdidas sem uma direção, não têm a quem recorrer. As trevas são tão espessas que impedem as pessoas de caminhar. É assim que o homem se encontra, estático com relação ao reino de Deus. Mas a igreja é como Israel, tem luz nas casas, ou seja, temos em nossos corações a revelação, a profecia, e isto impede de que sejamos alcançados pelas trevas que encobrem o mundo. Por que Israel tinha luz? Porque criam na promessa, a profecia de uma terra para eles. A igreja hoje tem luz porque guarda a promessa, vive na revelação de alcançar a profecia da Nova Jerusalém (Jo 14:3). Quem não crê nessa promessa não tem luz, está vivendo em trevas, sem revelação.
Décima Praga. A morte dos primogênitos.
A morte dos primogênitos foi o último momento de Israel no Egito, após esse ato, eles saíram em direção a terra prometida. Naquela época, os primogênitos tinham direito à herança, pelo menos na melhor parte. Isto fica evidente no episódio de Jacó e Esaú. O mundo por não crer na voz de Deus, nos avisos e sinais que ele tem dado, não terá direito à herança eterna, a salvação. O que está reservado para eles é a morte. Os primogênitos de Israel não morreram porque tinham sangue em suas casas. A igreja fiel é lavada no sangue do cordeiro e está sendo feita herdeira com Jesus da vida eterna. Por isso o sangue de Jesus é vida para nós e morte para o mundo (Rom 8:17 e Ti 3:7). Assim como o sangue do cordeiro na Páscoa de Israel foi o sinal para a saída do Egito e a vitória, o sangue de Jesus é o segredo que a igreja guarda no coração para a saída desse mundo.