Semana 4 - Sequencial

Comentários Bíblicos: de 22 a 28 de Janeiro de 2024

Isaque

Isaque era o filho da promessa e o Senhor confirma sobre a vida dele a bênção prometida a Abraão, de que faria de sua descendência uma grande nação, tanto espiritual como política (Gen 26:4). Como todos os servos do Senhor, Isaque deveria ter suas experiências com Deus, não bastava ser filho de Abraão. Abraão havia furado poços de água conforme lemos em Gênesis 21. Porém, agora Isaque estava abrindo os mesmos poços porque os filisteus os haviam entulhado, e chamou-os pelos mesmos nomes que seu pai. Muitos servos do Senhor nasceram em igreja cristã e acompanharam seus pais. Outros viram seus pais mudarem o rumo de suas vidas quando se converteram e trouxeram toda a família para a igreja. Mas, é necessário que os filhos também tenham sua experiência de salvação, seu encontro com Jesus, para que possam fazer suas escolhas diante de Deus. Nos textos lidos encontramos que Abraão cavou seus poços, Isaque deveria cavar os seus. A bênção de testemunho que vemos no texto é que Isaque sabia onde ficaram os poços que seu pai havia aberto e sabia seus nomes, mandou reabrir os mesmos poços e deu-lhes os mesmos nomes; demonstrando que o testemunho de Abraão era bom e seu filho queria ser um servo como seu pai fora. Essa simbologia dos poços é interessante:

  1. Isaque abriu o primeiro poço e os pastores de Gerar porfiaram com ele por causa do poço. Furar o poço para ter água é como a busca do servo pelo Espírito Santo. Logo que encontra a bênção é comum virem as lutas e certas dificuldades, por isso ele pôs o nome de Eseque que significa contenta (Gn 26:20);

  2. Ele continuou buscando e tornou a encontrar água e as lutas também tornaram a vir para lhe tomar a bênção. Ele pôs o nome de Sitna que significa inimizade (Gn 26:21). As lutas veem muitas vezes para mostrar ao servo que o mundo não é seu amigo, mas quer roubar-lhe as bênçãos espirituais que ele encontrou;

  3. Isaque não desiste e cava um terceiro poço e torna a encontrar água. O Senhor se deixa achar por aqueles que o buscam. Dando provas, o servo, de que não vai desistir. O Senhor confirma a bênção sobre sua vida e lhe dá outras mais. Chega um momento em que as bênçãos começam a somar na vida no servo, por isso Isaque pôs o nome de Reobote que significa alargamento (Gn 26:22), porque agora o Senhor começará a prosperar o servo em sua presença.

Vejam que Isaque não deixa de cavar poços, embora tenha alcançado o que queria. Em Gênesis 26:32 seus servos acham água num quarto poço e ele põe o nome de Seba, também conforme seu pai havia feito no passado (Gn 21:31) e o nome significa Juramento.

Jacó

Jacó havia recebido a bênção de seu pai, Isaque, que tanto queria (Gn 27: 26-29), e por causa disso agora era fugitivo de seu irmão (Gn 27:42). Apesar de ter desejado a vida toda por uma bênção e a ter alcançado mesmo sem ter o direito, Jacó ainda não havia tido uma experiência mais individual com o Senhor, ou seja, Ele não conhecia ainda alguns mistérios da Obra de Deus para sua Vida. Nessa noite, em Betel, ele sonha com o céu e o Senhor fala com Ele no sonho, confirmando as palavras que seu pai lhe disse ao orar por ele.

Ao despertar Jacó faz esse importante voto ao Senhor:

  • Se Deus for comigo: Jacó estava sozinho naquele momento (Gn 32:10), e ele queria um Deus presente, companheiro.
  • Me guardar nessa viagem que faço: Ele não queria sair da casa do seu pai.
  • Me der pão para comer: Para não ser como seu irmão que trocou a benção por um prato de comida.
  • Me der vestes para vestir: Porque ele usou a do irmão para chegar diante do pai.
  • E no final de tudo eu em paz tornar à casa de meu pai: Tomar posse da sua herança. Então o Senhor será o meu Deus.

O Deus que Jacó queria que fosse o seu deveria dar-lhe ou fazer-lhe essas coisas:

  • Se Deus for comigo: Ele será chamado Emanuel, que quer dizer Deus conosco (Mt 1:23);
  • Me guardar nessa viagem que faço: A peregrinação da vida (Gn 47:9 e Sl 40:11);
  • Me der pão para comer: Meu Pai vos dá o verdadeiro pão do céu (Jo 6:32);
  • Me der vestes para vestir: Eu vos darei trinta mudas de roupas (Jz 14:12);
  • Me tornar em paz à casa de meu pai: Torna à casa de teus pais e eu serei contigo (Gn 31:3)

Quando se diz: “O meu Deus é o Deus de Israel”, está-se dizendo que seu Deus é tudo isso que Jacó pediu naquele dia e recebeu.

Temos vivido experiências recentes em que nosso Senhor quer nos revelar segredos dos seus mistérios para alcançarmos uma experiência mais profunda com ele dentro do momento profético que estamos vivendo na sua Obra. Jacó descobriu alguns segredos dos mistérios de Deus nessa experiência:

  1. Escada posta na terra: Obra de Deus que pelo seu Espírito liga o homem ao céu (eternidade)
  2. Os anjos que subiam e desciam por ela: Seres que ministram em favor dos que hão de herdar a Salvação (Hb 1:14). Eles ministram a medida da ordem de Deus, e não de homens (Dn 9:23).
  3. O Senhor em cima da escada: Deus onipresente, onisciente e onipotente está no governo da sua obra que envolve a trindade (Deus de Abraão, Isaque e agora Jacó). O Deus que se revelaria na Figura do Pai, do Filho e do Espírito Santo. A Obra é dele e não do homem, o comando está em suas mãos.
  4. A herança: Jacó receberia a terra em que deitou, ou seja, o Espírito Santo receberia a incumbência de cuidar da igreja até o dia em que seria levada para a eternidade.
  5. A promessa: Te farei tornar a terra (eternidade). O Espírito Santo irá reunir a igreja para se encontrar com Jesus nas nuvens
  6. A grande experiência: Deus é que age em sua Obra e não o homem. Depois da experiência, a decisão: Levantou-se, é a disposição do servo em fazer a Obra de Deus.

Jacó foi um homem extraordinário. Talvez por ser ele o escolhido para ser Israel, traga tantas tipologias em sua vida. Vejamos alguns exemplos entre os muitos encontrados na Bíblia:

Jacó tipifica a igreja gentílica, quando luta para alcançar a bênção imerecida como visto até profetizado no Velho Testamento (Oséias 12:3-4). Também tem essa tipologia quando recebe no lugar de seu irmão a bênção que não era sua (Gên 27:26-29), pois a igreja recebeu a bênção que era inicialmente para Israel. Outro caso é quando Jacó faz um voto ao Senhor e quando pede para voltar em paz à casa do Pai (Gên 28:20-21). O compromisso da Igreja com Jesus é a sua ida para a eternidade.

Tipifica Jesus, quando faz acordo com Labão (tipo do Pai) para trabalhar sete anos por Raquel (Israel), mas no dia do casamento (arrebatamento) é dada a ele em lugar da escolhida, a Irmã dela, Lia (igreja). Ele aceita recebê-la por esposa e cumprir a semana com ela (bodas do cordeiro) e depois receber também a outra (Jesus descerá para salvar Israel).

Tipifica o Pai, quando ama seu filho primogênito (I Crôn 5:1), que tem vestes diferentes de seus irmãos (Gên 37:3), e chora ao ver suas roupas manchadas de sangue, tendo-o como morto, embora estivesse vivo (Gên 37:32-35 e Apoc 19:13).

No texto de Gênesis 29:1-10, Jacó tipifica o Espírito Santo, quando fica incomodado ao ver as ovelhas reunidas ao redor de um poço de águas que foi aberto no deserto, sobre o qual puseram uma pedra e os pastores não davam de beber aos seus rebanhos. Os pastores transformaram aquilo num ritual onde as ovelhas se reuniam sedentas perto de um poço com a boca fechada e não tinham acesso à água. Não era por ser difícil tirar a pedra, porque Jacó sozinho o fez (Gên 29:10), mas porque o texto simboliza o que os donos de religião estão fazendo com as ovelhas do Pai. Eles apresentam o poço de águas vivas (Jesus), mas negam-lhe o acesso, pois puseram sobre ele uma pedra (suas razões, suas ideias, seus dogmas, sua filosofia, etc). O Espírito Santo é o único que pode dar acesso a Jesus e dessedentar a alma do homem. Vale a pena lembrar ainda, que a mulher samaritana chama Jacó de pai, dizendo que ele foi grande porque deu o poço de águas e ele permaneceu todos aqueles séculos. Jesus é o poço das águas vivas dado pelo Pai para saciar a sede de nossas almas (Jo 4:12).

A função do Espírito Santo dentro do projeto de Deus nesse momento que estamos vivendo está descrito em João 16:8 como vemos abaixo:

  1. Convencer o homem: Levá-lo a uma mudança de vida.
  2. Do Pecado: Aquilo que tira o homem do projeto de Salvação que está no grande mistério revelado para nós, Jesus (Mt 1:21). O grande objetivo de Jesus ter vindo foi para salvar o homem do pecado, de tudo aquilo que o tira do caminho do céu, por isso ele é o caminho (Jo14:6).
  3. Justiça: Jesus que veio para nos justificar e estabelecer a Salvação (A justiça de Deus para os remidos).
  4. Do Juízo: De que há um arrebatamento para aquele que nele crê (Jo 3:15).

Vimos em Gênesis 28:20-21 o voto de Jacó que se encerrou com o pedido de um dia voltar em paz à casa de seu pai. O que perturbava aquele homem e o perseguiu durante os vinte anos em que esteve peregrinando em Padã-Arã, foi o medo de encontrar-se com seu irmão, que havia falado que iria matá-lo. Esaú representava a morte para Jacó e este tinha medo desse encontro que poderia ser inevitável. Em Gênesis 32:24-30, lemos a experiência de Jacó com o Senhor. Foi nesse momento que ele teve certeza de que sua alma foi salva (versículo 30).

No texto de Gênesis 33:8-18 vemos o encontro de Jacó e Esaú, representando aqui o momento em que o homem se encontra com a morte. Jacó enviou a seu irmão uma oferta para aplacar sua ira, e Esaú disse: De que me serve todo esse bando que tenho encontrado? Eu tenho bastante (Gn 33:9). O preço que deveria ser pago para tirar o poder da morte sobre o homem foi suficientemente pago por Jesus na Cruz do Calvário (Mt 27:6). Não é necessário mais nenhum outro sacrifício ou oferta. Esaú tinha o bastante, mas Jacó tinha tudo (Gn 33:11). Tudo que temos é o Senhor na nossa vida, pois as demais coisas ele acrescentará (Mt 6:33). Então Esaú diz a Jacó: “Caminhemos e andemos juntos” (Verso 12). Jacó recusa a companhia do irmão. Durante vinte anos ele tinha a sombra da morte pesando sobre seus ombros e agora que tinha alcançado a vitória, nunca mais andaria junto a ela. Cada um tomou seu caminho, cada um foi para seu lugar (versos 16 e 17). Verso 18 - “E Jacó chegou salvo à Siquém”, alcançando assim, o último dos anseios de sua alma, voltar em paz a casa de seu pai. Da mesma forma que a igreja entrará em paz na casa do Pai Celestial, que é maior desejo de nossas almas.

José

Em Gênesis 35:16-18 fala do nascimento de Benjamin, segundo filho de Raquel e irmão de José. Sua mãe morreu no parto e antes de falecer deu-lhe o nome de Benoni, que significa: “filho da minha dor.” Mas logo depois seu pai mudou o nome para Benjamim, que significa: “filho da minha destra”. Esses dois filhos de Jacó, José e Benjamim, tipificam respectivamente Jesus e o Espírito Santo.

Algumas referências que indicam José como um tipo de Jesus:

  1. José tipifica Jesus, porque era o filho amado do pai, seus irmãos tinham inveja dele (Gn 37:4 e 11);
  2. Foi traído por seus irmãos;
  3. Vendido por vinte moedas de prata aos estrangeiros midianitas (Gên 37:28);
  4. Teve suas vestes sujas de sangue para mostrar ao pai, e foi tido como morto (Gên 28:31), embora estivesse vivo e governando no Egito (Gên 45:26).

Jesus, o Filho amado de Deus (Mt 3:17);

  • Foi traído por seus irmãos judeus por inveja (Lc 22:21-22 e Mt 27:18);
  • Foi vendido por trinta moedas de prata aos estrangeiros romanos (Zc 11:13 e Mt 26:15);
  • Teve suas vestes sujas de sangue (Is 63:3 e Apoc 19:13);
  • Foi tido como morto, embora esteja vivo e governa sobre todas as coisas (Apoc 1:18 e Is 52:7).

José foi tido como morto e o pai se consolou com o outro filho: Benjamim. Jesus é o Filho que enfrentou e venceu a morte e por isso, o Espírito Santo Consolador, pôde ser enviado para estar junto da igreja. Para que o Espírito Santo fosse enviado era necessário Jesus morrer, por isso o nome “Filho da minha dor”. Mas Jesus ressuscitou ao terceiro dia e voltou para junto do Pai e está a sua destra, por isso o nome “Filho da minha destra”.