Comentários Bíblicos: de 01 a 07 de julho de 2024

O ministério de Jesus profetizado no Salmo 22

O Salmo 22 é profético, e confirma aquilo que foi o ministério de Jesus como homem para ser o nosso fiador, e aquilo que Jesus ressurreto seria para a igreja, a cabeça dela (Ef 5:23). As expressões de Davi profeticamente já apontavam para o projeto de Jesus, pois como sabemos, Davi é um tipo de Jesus no velho testamento. O clamor de Jesus na cruz do calvário levou a igreja a ter direito a um projeto de Salvação (Sl 22:1; Mt 27:46). Jesus foi zombado (Sl 22:7; Lc 22:63), humilhado, crucificado como malfeitor (Sl 22:16; Lc 23:33). As vestes de Jesus foram rasgadas e divididas (Sl 22:18, Mt 27:35) para que o véu do templo se abrisse para nós entrarmos nos santos dos santos, na presença do Senhor (Mc 15:38). Tudo Jesus viveu no seu ministério por amor, para que pudéssemos ter um fiador diante de Deus. Fomos eleitos para esse projeto desde o ventre de nossa mãe (Sl 22:9-10) para vivermos a Obra de Deus por intermédio de nosso único mediador, Jesus (I Tim 2:5).

Jesus não pode estar adormecido em nossa vida

Não existe nem um ato de Jesus que não estivesse sido profetizado no Velho Testamento. Ele disse em certa ocasião que deveria cumprir tudo o que a respeito dele estava escrito na Lei, nos Salmos e nos Profetas, ou seja, em todo o Velho Testamento (Lc 24:44). Em certas situações, o Senhor operou algo ou falou coisas que são difíceis de compreender; outras Ele falou por simbologia, e o povo da época entendeu com clareza (Lc 20:17-19).
Em Mateus 8:24 a Palavra narra uma tempestade que se levantou contra o barco em que os discípulos estavam e o mar ficou tão encapelado que tiveram medo de soçobrar. Em meio a isso tudo, Jesus dormia. Por que Jesus dormia, enquanto os homens temiam morrer? Para cumprir a profecia do Salmo 44. “Desperta, por que dormes, Senhor? Acorda, não nos rejeites para sempre. Levanta-te em nosso auxílio, e resgata-nos por amor das tuas misericórdias” (Sl 44:23 e 26). Quando o homem se sente sozinho em meio às grandes lutas que se levantam, é porque deixou Jesus dormir em seu coração. Muitos são os que dizem ao necessitado: “Não incomodes o Mestre!” (Lc 8:49). Não dê lugar ao sono espiritual. Não deixe Jesus dormir em seu coração. Deus chamou o homem para todos os dias morrer para o mundo, e nascer para uma nova vida em Cristo Jesus (Sl 44:22; Rom 8:36). O morrer todos os dias, espiritualmente falando, é importante no processo de Salvação, para que o Espírito Santo possa agir em nova vida. Salvação é novo nascimento como já lemos em João capítulo 3. Tem que haver mudança de vida. Todo dia negamos aquilo que não agrada ao Senhor para que a Salvação dele seja operada em nossa vida (Fl 2:12).

O preço do resgate da nossa alma

Todas as coisas debaixo do céu, toda a obra criadora tem seu preço equivalente, e o mesmo é encontrado na própria obra criadora. Em Êxodo 21, por exemplo, vemos a respeito do gado alheio: quem provocasse dano no boi de seu irmão deveria restituir por outro igual ou pagar o preço em dinheiro. A terra era comprada e resgatada por dinheiro. Os escravos eram negociados de várias formas. Assim, tudo que era do campo material e humano tinha o seu valor estimado, determinado, pois, tudo está dentro do limite da Obra criadora. Lembramos que a Obra criadora foi feita por Deus para existir para um tempo determinado, ou seja, ela teve seu início e terá o seu fim. Por isso já vimos em Genesis 1:1 que a origem do verbo criar, no original da escrita da palavra de Deus, vem do verbo Bará (בָּרָא). Esse verbo significava criar do nada para existir por um tempo determinado. A Obra criadora e tudo nela tem um fim, por isso tem um preço. O homem vive a sua vida aqui limitada a esse tempo, e Deus quer dar a ele nesse tempo a condição de entender que há um projeto dele chamado Salvação, para ele ter a oportunidade de sair desse limite temporal da Obra Criadora e viver na sua eternidade. Contudo, a alma não pertence à obra criadora e sim redentora, espiritual. Ela também tem seu preço, e no texto do Salmo 49:6-8 e 15 descobrimos que é caríssima e somente poderá ser resgatada por um equivalente espiritual, que pertença à obra redentora. A Obra redentora não é limitada pelo tempo, porque é um projeto de Deus para resgate do homem (é eterna porque Deus é eterno: Sl 90:2). Assim, o preço da alma não está relacionado aos valores materiais estipulados na Obra Criadora, pelo tempo que vivemos. Nem todos os recursos do mundo poderiam resgatar o preço de uma só Alma.
Quem e como então pode haver resgate para a alma? “Mas Deus remirá a minha alma do poder da sepultura” (Sl 49:15). O preço foi pago, e pela Bíblia vemos que fomos comprados por bom preço (I Co 6:20 e I Co 7:23). Pedro disse que não fomos comprados por coisas corruptíveis, mas pelo precioso sangue de Cristo (I Pe 1:18-19). Jesus resgatou a nossa Alma, a nossa vida, tomando o lugar na sepultura que era para nós (Mt 27:60). Quando estamos em Jesus, a sepultura que era para nós não está mais disponível, porque passamos a viver para a eternidade. A nossa alma é preciosa para quem? Preciosa para o Pai, que deu seu único Filho. Alto preço Ele pagou. Preciosa para o Filho, que se entregou e tanto sofreu por nós. Preciosa para os remidos, que têm gratidão pela remissão imerecida (Sl 72:12-14).

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