Salmos de Davi

SALMOS DE DAVI

imagem

Os salmos são poesias e constituem a identificação de um povo com seu Deus manifestamente Triuno. Normalmente, eram entoadas com o acompanhamento de instrumentos. Alguns salmos eram usados em ocasiões especiais, por exemplo, durante as peregrinações a Jerusalém (conhecidos como “salmos de ramagem”). Quando falamos do livro de Salmos, imediatamente vem à mente de todos(as) o rei Davi, pois ele foi o autor da maioria deles e dos que se tornaram mais famosos. Mas há outros autores de salmos, como Moisés, Salomão e os filhos de Coré e Asafe.

Ao todo, são 150 poesias de expressões de consolo, ânimo, esperança e vitória para o povo judeu. Para os remidos do Senhor (a igreja) além de trazerem os mesmos benefícios que trouxeram no passado, constituem uma grande fonte de manifestação da majestade, segurança e amor de um Deus fiel aos que o buscam. São temas importantes como o louvor a Deus, as dúvidas sobre a fé, o sofrimento, a esperança nas promessas de Deus, sentimentos bem humanos, que podem se fazer presentes na vida de qualquer pessoa. Individualmente, é um prazer para o necessitado, cuja alma ansiosa e aflita encontra ânimo, renovo e paz. No passado, estes Salmos eram cantados em atos de culto, festa, etc. Sempre foram apreciados devido à fonte que os inspirava, o Espírito Santo. A poesia é a expressão da alma. A Palavra alcança a mente, mudando atitudes, atingindo o espírito, levando-o a transformações notáveis.

O rei Davi é o autor que aparece com maior número de salmos atribuídos a ele, pelo menos 73 salmos. Alguns estudiosos já tentaram contestar a autoria dos salmos por parte de Davi, alegando, principalmente, que o Davi mencionado nos títulos dos salmos não é o mesmo que reinou em Israel. No entanto, não há qualquer fundamento para essa teoria, além do que a própria Bíblia é clara ao afirmar que o rei Davi foi músico e poeta (I Samuel 16:14-23; II Samuel 1:17-27; 22; 23:1; I Crônicas 6:31; 15:16; 16:7; Salmo 18). A tradição que liga Davi a música é tão forte, que até mesmo o profeta Amós, 300 anos depois, fala de Davi como um inventor de instrumentos musicais (Amós 6:5).

Dos mais de 70 Salmos escritos por ele, pelo menos 13 Salmos de Davi são sobre fatos relacionados aos acontecimentos em sua vida. Através dos escritos encontrados nestes salmos, podemos ter um esboço do pleno conhecimento do seu relacionamento com Deus.

Davi sempre foi associado ao louvor, ao canto. Desde o tempo de Saul era conhecido por tocar bem – I Samuel 16:17. Diante do louvor que emana do coração e não das mãos, o mal se retira. Não há lugar para ele se o louvor é ao Deus trino, cheio de glória e majestade. Davi viveu o tempo do tabernáculo e o culto nele – Salmos 122:01. Neste Salmo ele se referia ao tabernáculo.

Há Salmos que profetizam os sofrimentos do Messias. Estes Salmos são chamados de Messiânicos. Retratam, através dos sofrimentos do salmista, dores, padecimentos, que prefiguram os do Senhor Jesus; relatam, também, a glória que lhe virá. Por exemplo, nos Salmos 8,16,22,40,72,110 e 118 encontram-se as expressões solidão, rejeição, que foram passadas por ele em sua vida em humilhação.

Davi escreveu 73 Salmos, sendo do período iniciado dos reis, 1020 -970 a.C. A época vivida por Davi foi desde muito jovem até a boa velhice, tendo passado por grandes lutas devido perseguição por Saul, a quem devotou amor e respeito sem ter sido correspondido. O Salmo 3 foi escrito quando Davi fugia de Absalão. Inimigos, tais como os homens eram de sua confiança e lutavam com ele, agora estavam nas fileiras de Absalão, seu filho. Estes salmo relata sua angústia, abandono por parte dos homens e sua firmeza em Deus.

É impossível comentar todos os salmos, porém no Salmo 18 há grande afirmativa do livramento que Deus concedeu a Davi, quando se via cercado pelo exército de Saul. Sem defesa, jugava-se como uma pulga ou uma perdiz diante do rei Saul - Salmos 26:20. Magnífica é sua identificação com Deus como seu pastor, em virtude de suas próprias experiências como pastor – Salmos 23. Seguramente, este salmo é o mais conhecido, lido e sempre confortador. A certeza da presença de Deus nas horas que se assemelharam ao “vale da sombra da morte”.

Em Salmos 32 relata o alívio do pecador recebe o perdão de Deus. A experiência do perdão sentido por Davi neste salmo ensina ao homem que não deve perder a bênção de confissão. Ele compara esta perda com o cavalo ou a mula sem entendimento. É como se tudo fossem as dores do ímpio que não faz uso da misericórdia de Deus em perdoar. É o testemunho da vida de um homem que, quando é confrontado diante de Deus, não se justifica do seu pecado, antes de Deus busca misericórdia. Só Deus pode restaurar a alma aflita, mas ela tem que se reconhecer pecadora.

Davi entendeu que só nas asas do Espírito Santo seria levado ao descanso: Jesus. Deus não está limitado às dificuldades vistas no monte, mesmo os mais elevados, mas Ele habita eternamente no seu próprio poder. – Salmos 68:17. O poder é visto numa manifestação que inspira absoluta segurança. Davi faltou 100 mil anos antes – Salmos 68:18 – sobre a morte do Senhor Jesus. Nele vê-se a gloriosa profecia citada em Efésios 4:8,11 como tendo sido cumprida.

Jesus morreu, levou cativos todos os salvos que o aguardavam no Seoul, o cativeiro dos remidos. Quando ele foi lá e os tomou, também deu seu Espírito Santo para que os dons alegrassem a igreja primitiva e, segundo Joel, dado aos servos e às servas antes que venha o grande e terrível dia do Senhor – Joel 2.

Davi era assim, um homem segundo o coração de Deus. Humilde, vazio de si mesmo. Relata em Salmos 133 a direção ao povo para que às tribos estivessem unidas para viverem num mundo diferente da vontade de Deus que as cercava. A igreja do Senhor, hoje luta nas mesmas circunstâncias. Davi fala do culto no tabernáculo lembrando o incenso queimando na oração da tarde, numa pré-figura do Senhor Jesus, quando se ofereceu na cruz do calvário ao Pai como incenso, no último sacrifício da tarde. Davi conhecia a grandeza de um reino e os privilégios do rei, mas ele tinha Deus como seu rei e Davi exalta a magnificência e a majestade do reino de Deus – Salmo 145. Sem dúvida que é um salmo que prefigura o milênio do Senhor Jesus sobre a terra.

O velho testamento é uma fonte inesgotável de citações dos Salmos. Cada verso é analisado em função da época, e, logicamente, a época vivida desde a criação, o chamado de Abraão, o exílio egípcio, o período dos juízes, reis e o cativeiro babilônico, até a tomada da terá e sua destruição pelos romanos.

Pela fé, Davi viu as maravilhas do reino do seu filho Salomão, suas orações por esta bênção chegaram ao trono de Deus - I Crônicas 28:9. As orações dele tiveram seu cumprimento e dentro da linha da humildade. Sua identificação, filho de Jessé (Salmos 72:20), revela isto. Nada mais a pedir, tudo foi respondido. Amém.