A designação do sacerdócio Levítico se deu a partir da ordenança do próprio Deus a Moisés. O livro de Êxodo registra exatamente como tudo aconteceu. Deus ordenou que Moisés separasse Arão e seus filhos para “administrarem o ofício sacerdotal” em Israel (Êxodo 28:1). Levi foi um dos filhos de Jacó e teve 3 filhos: Gérson, Coate e Merari (Gênesis 46:8-11). Durante o período vivido no Egito, a família de Levi aumentou e então passou a ser uma tribo e a família dos três filhos, passaram a se tornar divisões tribais. Moisés, Arão e Miriã nasceram na divisão coatita da tribo (Êxodo 2:4; 6:16-20; 15:20).
A tribo de Levi foi a tribo israelita que Deus escolheu para estar envolvida diretamente e inteiramente no serviço ao Senhor. Eles ministravam no Tabernáculo e desempenhavam todas as funções relacionadas ao culto do Antigo Testamento. A principal função dos sacerdotes era servir de intermediários entre Deus e o povo de Israel. O sacerdócio levítico foi designado à casa de Arão, enquanto os demais levitas foram designados como auxiliares dos sacerdotes no culto em Israel.
Assim sendo, era de responsabilidade dos sacerdotes todas as tarefas relacionadas ao tabernáculo no que diz respeito às ofertas e sacrifícios. Mas em certas situações eles também desempenhavam funções jurídicas, proclamavam bênçãos sobre o povo, apresentavam a vontade de Deus e instruíam os israelitas na Lei divina.
O livro de Levítico (“Va-yich-rach” é o nome do livro no original e significa: “E chamou Deus a Moisés” - Levíticos 1:1) expressa diversas orientações e instruções ao serviço sacerdotal, como, por exemplo: a forma de realizar os sacrifícios e ofertas; leis e práticas para a santificação pessoal do sacerdote e também do povo de Israel. Era a profecia a respeito da maneira como o Senhor Jesus falaria à igreja, no meio dela, através do seu Sangue derramado, do seu Espírito. Algumas ordens específicas para os levitas estão também nos livros de Crônicas e Números. Muitos chamam este livro como livro das leis.
Ele é muito mais do que isto. É de muita riqueza que é vista também no livro de Hebreus. Ambos os livros caminham juntos levanto um ao entendimento do outro.
O Senhor orientou que os levitas administrassem o ministério do Tabernáculo. Dentre os encargos destinados estava o serviço do louvor (eram instrumentistas e cantores), auxiliavam o sumo sacerdote realizando a conservação dos utensílios do templo, conservavam os móveis, assavam os pães da proposição, desmontavam, transportavam e erigiam o tabernáculo etc. Em Levíticos 1-10, Deus os leva a adorá-lo: santidade é a chave para a adoração, é a coroa dos atributos de Deus. O impuro é o que não é lavado no sangue do cordeiro. Esse não adora a Deus. Adorar é ter comunhão com Ele e é isto que Deus quis no passado, e quer hoje, no seu novo Israel, a igreja.
Os levitas não receberam herança junto à terra de Canaã, não receberam porção de terra, mas receberam cidades em meio às terras de cada tribo para habitarem, num total 48 cidades, sendo estas também cidades de refúgio. Eles se alimentavam, tiravam o seu sustento do dízimo do povo de Israel, sendo orientados pelo Senhor a comer a sua porção da oferta alçada, mas para o Senhor tirar o “dízimo dos dízimos”.
Os sacerdotes levíticos possuíam vestes especiais que os identificavam como pessoas que estavam a serviço do Senhor (Êxodo 28:40-42). Mas o sumo sacerdote tinha uma roupa diferenciada dos demais. Essa roupa expressava todo o significado e importância de seu ofício perante Deus e a congregação de Israel (Êxodo 28:3-39).
Vale lembrar que o Sumo Sacerdote era a única pessoa em Israel que tinha permissão de entrar no Santo dos Santos, tendo acesso à Arca da Aliança. No entanto, isso acontecia apenas uma vez por ano no Dia da Expiação. Nessa data especial ele apresentava diante do Senhor os sacrifícios para mediação dos pecados do povo e de seus próprios pecados. Tudo isso tinha uma finalidade prática naquele contexto, mas seu objetivo último era apontar para o sacerdócio de Cristo.
Muitos homens da tribo de Levi eram chamados para serem sacerdotes nos templos de Israel, mas somente um homem, descendente de Arão, era chamado para ser o sumo sacerdote (segundo o Sacerdócio Arônico). Conforme o explicado em Levítico, capítulo 16, esse sumo sacerdote entrava no Santo dos Santos do templo uma vez por ano para oferecer um sacrifício especial pelos pecados de todo o povo. Era comum que o povo jejuasse nesse dia, que era conhecido como “o dia da expiação”.
Em Hebreus, capítulo 5, Paulo explicou que o sumo sacerdote de Israel era somente um símbolo do verdadeiro sumo sacerdote: Jesus Cristo, que fizera a expiação final pelos pecados de todo o mundo e que, depois, passara à presença de Seu Pai.
Fontes: DODD. Sara Victalino Gueiros. Volume1. pág 53. DODD. Sara Victalino Gueiros. Volume1. pág 54.